Um grupo de investigadores da universidade escocesa de St.
Andrews analisou os sons emitidos pelos golfinhos roazes e concluiu que estes
se chamam uns aos outros pelo “nome”. Estes animais são, ao que parece, os
únicos mamíferos não-humanos a usar sons individuais para comunicar com cada um
dos membros do grupo.
O estudo, publicado nesta segunda-feira na revista
Proceedings of the National Academy Scientes (PNAS), conclui que os golfinhos
respondem quando ouvem o seu próprio assobio reproduzido. “Os animais não
respondem a assobios que não sejam a sua própria assinatura”, lê-se no resumo
publicado na página de Internet da revista.
Já se acreditava que os golfinhos utilizavam sons distintos
para se identificarem e que aprendiam a imitar os sons pouco habituais, de uma
forma semelhante aos nomes utilizados pelos humanos. Mas esta é a primeira vez
que se estuda a resposta dos animais ao seu próprio “nome”.
Para a investigação, os cientistas gravaram os sons
produzidos por um grupo de golfinhos roazes (Tursiops truncatus) selvagens e
captaram o som que identificava cada um dos animais. Em seguida, reproduziram
os sons usando altifalantes subaquáticos, misturando também assobios
identificativos de populações diferentes. Perceberam que cada animal só
respondia ao seu próprio assobio, imitando-o.
Os investigadores afirmam que esta capacidade, tipicamente
humana, deverá ter sido desenvolvida para ajudar os animais a manterem-se
unidos no seu vasto habitat aquático.
“Na maior parte do tempo, eles não se vêem, nem conseguem
usar o olfacto debaixo de água, sendo que este é um sentido muito importante
para se reconhecerem”, explicou ao jornal espanhol El País o investigador
Vincent Janik, da unidade de investigação de mamíferos marinhos da universidade
de St. Andrews ."Os golfinhos também não costumam ficar num local específico,
pelo que não têm tocas nem ninhos onde regressar", lembrou. Daí que
utilizem os sons para se chamarem e se reconhecerem dentro de água.
fonte www.publico.pt
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