No total, ao longo dos últimos 12 anos, os pesquisadores identificaram 17 peixes, 41 mamíferos, 61 répteis, 69 anfíbios, 42 invertebrados e 385 plantas novas a ciência.
E o ritmo da descoberta não mostra sinais de desaceleração. Devido ao crescente interesse científico em Madagascar, e graças aos avanços tecnológicos que permitem identificação rápida, como codificação de DNA, a descrição de novas espécies pode continuar ou até aumentar.
Uma delas é o menor primata do mundo, o lêmur rato de Berthe, uma criatura pequena o suficiente para caber dentro de um copo de 9 centímetros que pesa apenas 30 gramas.
Também foram descobertos um lagarto que usa uma casca de árvore para se disfarçar e um inhame não tão fotogênico quanto o lêmur. Todas as espécies são especiais, coloridas ou bizarras, e muitas são exclusivas de Madagascar.
As espécies únicas da ilha derivam de seu relativo isolamento. Madagascar se separou da África e do subcontinente indiano nos últimos 80 a 100 milhões de anos, permitindo que seus moradores (plantas e animais) evoluíssem em formas fantásticas. Cerca de 70% das espécies da ilha não são vistas em nenhum outro lugar do planeta.
Mas nem tudo são rosas. Segundo os cientistas, a parte triste é que muitas espécies podem desaparecem antes mesmo de serem descobertas. Muitas das criaturas descobertas já estão ameaçadas e a perda de habitat é muito rápida.
As florestas de Madagascar foram devastadas em uma taxa de cerca de 2% ao ano entre 1950 e 1990. Segundo a WWF, a ilha perdeu 90% de sua cobertura florestal original. Isso porque os seres humanos dependem das florestas da ilha também. Cerca de 80% da população malgaxe utiliza a madeira como principal fonte de energia.
Além disso, grandes áreas de floresta são desmatadas para agricultura de subsistência. E, embora a taxa de desmatamento tenha reduzido pela metade entre 1990 e 2005, continua a ser um problema sério.
Hoje em dia, existem esforços para capacitar as comunidades locais a fim de que eles gerenciem melhor os recursos da ilha, porque são eles que tomam as decisões diárias de como usar a floresta.
Porém, uma peça importante desse quebra-cabeça está em melhorar a situação econômica da população. O país é um dos mais pobres do planeta, e um golpe de 2009 complicou ainda mais a situação financeira da nação.
No meio desse fuzuê político, o financiamento internacional para programas ambientais no país foi cortado e houve um aumento no tráfico de animais exóticos e árvores raras. No entanto, apesar de seus problemas, a WWF e outras organizações internacionais continuam tentando conservar a ilha. Segundo eles, é um lugar extraordinário que precisa de muito apoio para sobreviver
Fonte : Hypesciense
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