Verme de 3 metros é um dos predadores mais perigosos do mar

O mar é a casa de inúmeros predadores. Tubarões, moreias e lulas gigantes são apenas alguns dos mais conhecidos. Recentemente, a internet descobriu o Mantis Shrimp (Tamarutaca), um crustáceo multicolorido que, além de não ter medo de nada, tem um golpe que é capaz de destruir vidros de aquários.

Mas a Tamarutaca não é o único predador marítimo multicolorido. O Verme Bobbit (Eunice aphroditois) tem a mesma carapaça de arco-íris, a mesma agressividade, mas com comportamentos muito mais perturbadores.



O verme caça como muitos outros predadores marítimos: esconde a maior parte do seu corpo, expondo o que poderia ser confundido com comida. Com suas 5 antenas, ele sente as presas que passam por perto, e estica o seu corpo (que pode chegar até 3 metros de comprimento!) para capturar o pobre animal, que fica preso em sua incrivelmente musculosa faringe. A força do golpe é tamanha que peixes maiores podem ser divididos em dois de uma vez só.

O que se segue é completamente desconhecido. Até hoje, ninguém conseguiu observar um verme bobbit se alimentando, porque ele puxa sua vítima para baixo da terra. Os ecologistas mexicanos Luis F. Carrera-Parra e Sergio I. Salazar-Vallejo (da ECOSUR, em Campeche, México) acreditam que o verme injeta alguma toxina narcótica ou fatal em sua presa, para então poder ingeri-la de forma segura – especialmente se a presa for maior que o verme.

Detalhe: os cientistas acreditam que tais toxinas poderiam afetar gravemente um membro humano, mas os ecologistas da ECOSUR acham que o efeito de paralisia não é permanente. Pelo menos, nos humanos. Efeitos em peixes, cetáceos e outros não são conhecidos.

A classificação do verme também é complicada, já que não existe uma concordância entre os cientistas se ele é uma espécie de verme, ou até mesmo todo um gênero próprio. E mesmo que seja um gênero diferente, os padrões de cores variam tanto que não é possível (pelo menos por enquanto) saber quantas espécies o gênero teria. A captura de vermes não ajuda nesse quesito, já que os produtos usados para preservar a criatura (formalina e etanol) desbotam as cores da carapaça.

Outro perigo que o bobbit apresenta é a invasão de aquários. Não, eles não vão atravessando a terra atrás de aquários repletos de peixes aqui na superfície. O que pode acontecer, no entanto, é que ao introduzir uma “pedra viva” (esqueletos de corais) num aquário de água salgada, um pequenino espécime destes vermes pode vir junto no passeio. O problema, claro, é que eles não ficam pequenos por muito tempo.

Logo, o dono do aquário perceberá seus peixes desaparecendo um por um, sem saber o que está acontecendo. Isso já ocorreu num aquário público na Inglaterra. Nem mesmo iscas com anzóis resolviam, já que os anzóis sumiam junto por completo. Foi só quando a equipe desmontou o aquário em questão que encontraram um verme bobbit de 1,22 m – chamado Barry.

Por Alexandre Ottoni & Deive Pazos

fonte animal planet

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